Alunos que participaram do curso técnico de enfermagem aplicado em Sena Madureira pelo Instituto Técnico Educacional do Acre (Inteac) não estão conseguindo vagas no mercado de trabalho. O motivo é simples. É que eles não puderam receber seus certificados, uma vez que o instituto não é reconhecido oficialmente pelos órgãos que regulamentam a profissão no Acre. Ligado à esfera particular, o curso oferecia aulas duas vezes por semana e a mensalidade variava entre 150 e 180 reais. De acordo com os estudantes, inicialmente o curso foi trazido para Sena Madureira pelo Centro de Educação Técnica e Especializada do Acre (Ceteac), que atua em conformidade com a lei, mas depois houve essa mudança para o Inteac, sem que fosse dada uma explicação devida.
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Ivone Marques da Silva ( Aluna ) |
Uma das alunas que se sente prejudicada é Ivone Marques da Silva, 32 anos. Ela revela que sua turma começou a estudar em 2008 e concluiu todas as etapas em março do ano passado. “Só ficamos sabendo que nosso esforço tinha sido em vão quando fomos pegar o certificado. Nosso objetivo é que nossos diplomas sejam validados ou então devolvam o nosso dinheiro”, comentou.
De acordo com ela, não se trata apenas de um desfalque financeiro, mas também moral. “Muitas pessoas ficam é rindo da nossa situação. Mesmo concluindo o curso, não podemos participar de concursos públicos, muitos menos exercer nossa profissão. Pedimos ajuda das autoridades”, afirmou.
Os alunos cumpriram todas as etapas e chegaram inclusive a realizar estágios no hospital João Câncio Fernandes e nas unidades de saúde da família. Na prática, eles estão treinados para desempenhar o papel de técnico de enfermagem, faltando somente a certificação.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Acre (Sintesac) de Sena, Atalício Cavalcante, foi um dos responsáveis pela implantação do curso. Ele confirmou ser parceiro nessa iniciativa e que as aulas foram aplicadas no começo pelo Ceteac, somente depois é que houve essa migração dos alunos para o Inteac.
Cavalcante adiantou que o sindicato está à disposição dos alunos e que irá lutar para que haja validação dos diplomas. “Como foi o Ceteac que iniciou o curso, vamos lutar para que, através dele, seja feito esse reconhecimento”.
Responsável por todo esse impasse, o Instituto Técnico Educacional do Acre (Inteac) tem sede na Rua Urano, bairro Morada do Sol, em Rio Branco.
Adriana Teixeira também foi aluna do curso. Ela exibe o contrato que assinou com o instituto e também os recibos de pagamentos das mensalidades e diz que investiu mais ou menos 4 mil reais durante o período de duração porque tinha um sonho de se formar e trabalhar em sua cidade de origem. “Infelizmente estamos sendo prejudicados porque até agora nada foi feito”, argumentou.
Há cerca de oito meses, os concludentes do curso procuraram a unidade de segurança pública de Sena Madureira e registraram um boletim de ocorrência. Eles foram mais além e procuraram a promotoria da cidade, onde também solicitaram providências.
Um procedimento foi aberto, só que até o presente momento nenhum resultado prático foi alcançado. Na manhã desta segunda-feira (7), a reportagem procurou o Ministério Público, mas a promotora Vanessa de Macedo, que acompanha o caso, encontra-se de férias e só retornará ao trabalho no dia 18 desse mês.
O OUTRO LADO
Cavalcante adiantou que o sindicato está à disposição dos alunos e que irá lutar para que haja validação dos diplomas. “Como foi o Ceteac que iniciou o curso, vamos lutar para que, através dele, seja feito esse reconhecimento”.
Responsável por todo esse impasse, o Instituto Técnico Educacional do Acre (Inteac) tem sede na Rua Urano, bairro Morada do Sol, em Rio Branco.
Ednaldo Gomes
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