quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Alunos do Curso de Técnico em Enfermagem estão revoltados com o não reconhecimento do curso nos orgãos responsáveis



Alunos que participaram do curso técnico de enfermagem aplicado em Sena Madureira  pelo Instituto Técnico Educacional do Acre (Inteac) não estão conseguindo vagas no mercado de trabalho. O motivo é simples. É que eles não puderam receber seus certificados, uma vez que o instituto não é reconhecido oficialmente pelos órgãos que regulamentam a profissão no Acre. Ligado à esfera particular, o curso oferecia aulas duas vezes por semana e a mensalidade variava entre 150 e 180 reais. De acordo com os estudantes, inicialmente o curso foi trazido para Sena Madureira pelo Centro de Educação Técnica e Especializada do Acre (Ceteac), que atua em conformidade com a lei, mas depois houve essa mudança para o Inteac, sem que fosse dada uma explicação devida.

Ivone Marques da Silva ( Aluna )

Uma das alunas que se sente prejudicada é Ivone Marques da Silva, 32 anos. Ela revela que sua turma começou a estudar em 2008 e concluiu todas as etapas em março do ano passado. “Só ficamos sabendo que nosso esforço tinha sido em vão quando fomos pegar o certificado. Nosso objetivo é que nossos diplomas sejam validados ou então devolvam o nosso dinheiro”, comentou.



De acordo com ela, não se trata apenas de um desfalque financeiro, mas também moral. “Muitas pessoas ficam é rindo da nossa situação. Mesmo concluindo o curso, não podemos participar de concursos públicos, muitos menos exercer nossa profissão. Pedimos ajuda das autoridades”, afirmou.

Os alunos cumpriram todas as etapas e chegaram inclusive a realizar estágios no hospital João Câncio Fernandes e nas unidades de saúde da família. Na prática, eles estão treinados para desempenhar o papel de técnico de enfermagem, faltando somente a certificação.


Adriana Teixeira também foi aluna do curso. Ela exibe o contrato que assinou com o instituto e também os recibos de pagamentos das mensalidades e diz que investiu mais ou menos 4 mil reais durante o período de duração porque tinha um sonho de se formar e trabalhar em sua cidade de origem. “Infelizmente estamos sendo prejudicados porque até agora nada foi feito”, argumentou.

Há cerca de oito meses, os concludentes do curso procuraram a unidade de segurança pública de Sena Madureira e registraram um boletim de ocorrência. Eles foram mais além e procuraram a promotoria da cidade, onde também solicitaram providências.

Um procedimento foi aberto, só que até o presente momento nenhum resultado prático foi alcançado. Na manhã desta segunda-feira (7), a reportagem procurou o Ministério Público, mas a promotora Vanessa de Macedo, que acompanha o caso, encontra-se de férias e só retornará ao trabalho no dia 18 desse mês.

O OUTRO LADO 


O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Acre (Sintesac) de Sena, Atalício Cavalcante, foi um dos responsáveis pela implantação do curso. Ele confirmou ser parceiro nessa iniciativa e que as aulas foram aplicadas no começo pelo Ceteac, somente depois é que houve essa migração dos alunos para o Inteac.

Cavalcante adiantou que o sindicato está à disposição dos alunos e que irá lutar para que haja validação dos diplomas. “Como foi o Ceteac que iniciou o curso,  vamos lutar para que, através dele, seja feito esse reconhecimento”.

Responsável por todo esse impasse, o Instituto Técnico Educacional do Acre (Inteac) tem sede na Rua Urano, bairro Morada do Sol, em Rio Branco. 

Ednaldo Gomes

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